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(Des) Igualdades entre géneros na viragem do século
Dados do estudo “A Condição Juvenil Portuguesa na Viragem do Milénio”, revelam que há uma tendência crescente para a igualdade entre os sexos.
Estudo encomendado pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto conclui as que raparigas permanecem mais tempo no sistema educativo e em níveis mais elevados. No período em estudo (1990 – 2005) verificou-se que as raparigas frequentam o sistema de ensino até mais tarde e em níveis mais elevados, motivo pelo qual o seu ingresso no mercado de trabalho é mais tardio o que por sua vez atrasa a conjugalidade e a maternidade. O número de empresárias e cargos de topo ocupados por mulheres têm vindo a aumentar.
O investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e coordenador do estudo, Vítor Ferreira, salienta que dos resultados estatísticos sobressai uma “pequena revolução feminina”. O cruzamento de dados relativos a sete áreas (demografia, família, educação, emprego e desemprego, saúde e condutas de risco, sinistralidade, justiça) comprova que a igualdade entre sexos é quase uma realidade.
Relativamente aos rapazes, este estudo evidencia que os rapazes abandonam a escola mais cedo, sendo que na maioria dos casos, não chegam a concluir o 9º ano de escolaridade entrando portanto mais cedo no mundo do trabalho acabando por serem «sobrerepresentados em fenómenos de delinquência, criminalidade, sinistralidade e condutas de risco».Há mais homens do que mulheres até à idade adulta, no entanto, «a partir da idade adulta, esta tendência inverte-se porque os homens começam a morrer mais cedo do que as mulheres», explica o estudo.
Outras conclusões dão conta que, desde os anos 90 até 2005, a população jovem registou um decréscimo de cerca de oito por cento, passando de um quarto para um quinto da população. As uniões de facto são cada vez mais recorrentes e os divórcios ocorrem cada vez mais cedo principalmente nos jovens entre os 25 – 29 anos. Na última década o desemprego entre os jovens licenciados quadruplicou. A hepatite e a tuberculose são as doenças que mais vitimam os jovens portugueses enquanto que as mortes por ingestão de drogas têm diminuído.
"Nem este estudo nem nenhum outro poderá fazer o perfil da juventude portuguesa, porque não existe uma juventude portuguesa. O que existe são tendências. Várias maneiras de os jovens serem jovens, conforme o sexo, os contextos sociais e até conforme a idade, porque dos 15 aos 29 anos passamos por vários ciclos de vida", afirma o sociólogo Vítor Ferreira em declarações ao Diário de Notícias.
Liliana Marinho