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X Jornadas de Comunicação Social da Universidade do Minho

“A reputação das instituições não é virtual, é real ”

As ferramentas virtuais são cada vez mais um suporte fundamental na construção e projecção da imagem pública das organizações. A reputação não é, contudo, redutível à dimensão virtual. Esta é a posição defendida pelos três conferencistas convidados para o segundo painel do primeiro dia das X Jornadas de Comunicação Social da Universidade do Minho, subordinado ao tema «Reputações Virtuais?».

Jaime Teixeira, Paulo Brandão e Vasco Ribeiro são profissionais de comunicação em diferentes instituições: o Futebol Clube do Porto (FCP), o Theatro Circo e a Universidade do Porto, respectivamente. Apesar de se tratar de áreas aparentemente com pouco em comum, a experiência quotidiana destes, como de todos os técnicos de comunicação, passa inevitavelmente pela exploração das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), muito particularmente da Internet, como paradigma das sociedades contemporâneas. Daí a pertinência de invocar a questão da virtualidade.

Os intervenientes reconhecem que a dimensão cibernética é, hoje, crucial para a sobrevivência das instituições: não existir no ciberespaço, equivale a não ter existência real. No âmbito das suas funções insistem, por isso, uso do e-mail e, sobretudo, na manutenção contínua dos websites, que funcionam como voz oficial das organizações. Referindo-se ao carácter ubíquo desta ferramenta, Jaime Teixeira destaca a possibilidade de estender o contacto aos adeptos e associados que residem noutros continentes. «O site chega onde o clube não chega», sustenta.

Para além da ubiquidade, os convidados apontam ainda o imediatismo e a interactividade como vantagens da Internet em relação aos media tradicionais. As organizações podem divulgar notícias e eventos quase em tempo real, mantendo os seus públicos permanentemente actualizados e, da mesma forma, obter um feedback mais intenso e directo, a partir do qual definem com maior rigor as estratégias de comunicação. Pelas suas múltiplas potencialidades, o site é, assim, «a melhor forma de atingir os sócios», acrescenta o representante do Futebol Clube do Porto neste encontro. Vasco Ribeiro, professor e coordenador de assessoria da Universidade do Porto, corrobora esta perspectiva ao identificar o website como o principal instrumento de gestão de informação e, por conseguinte, como «o principal factor de venda da universidade».

Apesar da centralidade dos recursos cibernéticos na veiculação e ampliação da imagem das instituições, os convidados ressalvam o papel de outros factores na construção da sua identidade e imagem pública. «A reputação vai-se criando durante a vida. Não é virtual. É real e precisa de ser trabalhada continuamente», explicou Paulo Brandão, reportando-se à origem, história e tradição do Theatro Circo como elementos-chave na definição da sua personalidade.

Vasco Ribeiro chama a atenção para a necessidade de adequar os canais aos diferentes públicos. Nesse sentido, apostar apenas na comunicação virtual significa deixar de parte uma parcela do público que ainda não está familiarizada com as novas tecnologias, como é o caso das gerações mais velhas. Por isso, os suportes tradicionais, como o papel e, sobretudo, o contacto directo continuam a ser essenciais na gestão da reputação ou imagem pública das organizações.

Texto e imagem: Joana Patrão e Marlene Pereira