Inscritos em doutoramentos mais do que triplicaram nos últimos oito anos
Entre os anos lectivos 1997/98 e 2005/06, registou-se um "aumento notável quer dos inscritos nos cursos de doutoramento, quer nas especializações pós-licenciatura e pós-bacharelato, que registam taxas de 226,5 por cento e 237,3 por cento, respectivamente”, observa o relatório “Evolução do número de inscritos no ensino superior" (conforme citação do Público)
Segundo o documento, apresentado ontem pelo Observatório da Ciência e do Ensino Superior, enquanto que no ano lectivo 1997/98, os doutorandos eram apenas 0,75 por cento dos inscritos; em 2005/06 representavam já 2,32 por cento, o que se traduz num ritmo de crescimento anual de cerca de 16 por cento. Em compensação, os bacharelatos perderam terreno, representando em 2005/06 apenas um por cento dos inscritos, quando em 97/98 eram 22,4 por cento do total.
Nesse período, o número total de inscritos no ensino superior público cresceu 21,6 por cento. A mesma tendência não se regista no ensino privado, cuja frequência sofreu uma regressão de 24,03 por cento, segundo a mesma fonte.
O relatório dá conta ainda de uma evolução negativa do ensino universitário em relação ao politécnico, que, nesse lapso temporal, reforçou a sua posição no quadro das instituições de ensino superior.
Maioria feminina e preferência pelos cursos de Saúde
O sexo feminino mantém a sua presença maioritária no contexto universitário apesar de uma ligeira queda: de 56 por cento em 97/98, passa para 55 por cento em 2005/06. Quanto ao sexo masculino, embora em minoria, regista um aumento de 1 por cento em igual período.
A área da Saúde e de Protecção Social concentra 16 por cento dos inscritos, o que representa um aumento na ordem dos 144 por cento. Ainda assim, é a área das Ciências Sociais, o Comércio e o Direito que "contribui, em cada ano, com o maior número de inscritos" (31 por cento), a que se segue a área da Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção, com 20 por cento. A Educação perdeu 48,7 por cento de inscritos desde 2001/2002, devido à consciencialização das parcas possibilidades que esta área oferece em termos de empregabilidade.
Lisboa e o Porto são os distritos com maior número de alunos a frequentar o ensino superior, dados que poderão ser explicados em grande parte pela maior concentração populacional nessas regiões. No entanto, é Portalegre que recolhe o maior aumento percentual, de cerca de 93 por cento. O distrito da Guarda destaca-se pela variação inversa, com um decréscimo de aproximadamente 49 por cento.
