Alterações climáticas irão aumentar deslocações migratórias
No relatório intitulado "Maré Humana - a verdadeira crise migratória", a organização não governamental alerta para o ritmo acelerado dos deslocamentos das populações no século XXI, (as deslocações populacionais são já da ordem dos 163 milhões), apelando a uma "acção urgente" da comunidade internacional a fim de que sejam adoptadas "fortes medidas de prevenção".
A manter-se este ritmo, um milhar de milhões de pessoas será forçado a abandonar os seus locais de residência até 2050. Dados, ainda não divulgados, do Grupo Intergovernamental de Peritos sobre a Evolução do Clima, revelam que até 2080 entre 1,1 mil milhões e 3,2 mil milhões de pessoas serão afectadas pela falta de água e entre 200 e 600 milhões sofrerão de fome. Em cada ano, entre dois e sete milhões de pessoas serão afectadas pela subida do nível dos oceanos.
Um dos autores do relatório, David Davison, afirmou que "a migração forçada é a ameaça mais premente contra as populações pobres e os países em dias de desenvolvimento".
A Christian Aid adverte que as deslocações populacionais em massa irão "alimentar conflitos existentes e gerar novos em regiões do mundo onde os recursos são mais raros". O facto de as migrações internas não serem consideradas migrações pelo direito internacional preocupa a ONG que prevê que na Colômbia, no Mali e na Birmânia, o fenómeno seja mais preocupante.
Criada para ajudar os refugiados da II Guerra Mundial, a organização lança este relatório no âmbito da sua 50ª recolha de fundos ao domicílio no Reino Unido e espera com esta acção conseguir 15,5 milhões de libras (22 milhões de euros).
Fontes:
JN: http://jn.sapo.pt/2007/05/14/sociedade_e_vida/alteracoes_climaticas_agravam_migrac.html
Visão Online: http://visao.clix.pt/default.asp?CpContentId=333485
Jornal de Negócios: http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Economia&CpContentId=295709